sexta-feira, maio 13, 2011

ESTÁCIO BH PROMOVE PAINEIS SOBRE COMUNICAÇÃO E A COPA DE 2014


A Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte promove, nos dias 16 e 17 de maio, mais uma edição do seu tradicional Encontro da Comunicação. O tema, neste semestre, são os preparativos da cidade e do estado, sobretudo na área de comunicação (jornalismo, publicidade, marketing etc), para a Copa do Mundo de 2014. O evento, que será composto de painéis nos turnos da manhã e a da noite, nos dois dias, é uma iniciativa dos cursos de comunicação social (jornalismo e publicidade) da unidade e o palco será o auditório do Campus Prado (Rua Erê, 207, Prado, Belo Horizonte, tel. 3298-5200).

A abertura oficial está marcada para segunda-feira (16), às 8h, com palestra do diretor-geral da instituição, Eduardo Penna. O assunto do painel do primeiro dia – “Preparativos para receber o mundo” – será debatido por três convidados, no turno da manhã: os jornalista Rogério Bertho, do Comitê Executivo da Copa 2014, e Ivan Drummond, veterano com várias copas no currículo, do jornal Estado de Minas, e a promotora Márcia Ribeiro, da Nó de Rosa Produções.

Na manhã de abertura, cujos trabalhos se encerram às 11h, uma atração à parte: a drag queen Kayete, da Rádio Extra FM, fará performance durante o evento e também participará do debate, com enfoque no que ela descreve como “recepção sem preconceitos” do público que visitará a capital durante a Copa.

Também sobre os preparativos para o grande evento esportivo, principalmente na área de comunicação, o painel da noite (19h30 - 22h30) será precedido pelas palavras do diretor-geral da Estácio BH, Eduardo Penna. Em seguida, três convidados se encarregam de estimular os debates: a jornalista Alexa Carvalho, da Etc&Tal, a representante da Secretaria Extraordinária para Assuntos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 (Secopa), Mariana Bahia, e o jornalista Renan Damasceno, ex-aluno da instituição e repórter de esportes do jornal Estado de Minas.

Oportunidades


Na terça-feira (17/05), o tema dos painéis é “Mapa de oportunidades”. O objetivo é fazer com que especialistas debatam com estudantes e o restante da plateia as perspectivas de negócios trazidas pela Copa do Mundo, sobretudo para quem trabalha na área de comunicação. De manhã (8h), a mesa será composta pelo publicitário Rômulo Guimarães, da Art Work, e pelo jornalista Mário Marra, comentarista esportivo das rádios Globo e CBN de São Paulo e ex-aluno da Estácio BH. No painel da noite, o último, os convidados são Carlos Coelho, da Panda Promoções e Eventos, e o jornalista Cândido Henrique Silva, do jornal O Tempo.

terça-feira, setembro 23, 2008

Atividade sobre personalização de conteúdo

Responda às seguintes questões:

1) Há duas grandes críticas em relação ao uso da personalização em sites jornalísticos. Uma diz respeito à invasão de privacidade. A outra diz à excessiva especialização, que levaria o leitor a ficar desinformado de notícias relevantes fora do seu campo de interesse. Discorra sobre as desvantagens da personalização. VALOR: 2 PONTOS

2) A personalização inverte a lógica da mídia internet que seria de todos para todos, voltando a pensar o conteúdo como massivo. Comente a declaração de Vin Crosbie, presidente da Digital Deliverance, consultoria sediada em Boston, Estados Unidos, que é repetida em todas as mensagens de e-mail que envia: “O conteúdo deve chegar aos consumidores, e não os consumidores ao conteúdo. Nenhuma mídia comercial jamais sobreviveu sem um sistema de entregas”. VALOR: 2 PONTOS

3) Por trás do sistema de personalização está uma nova tecnologia, batizada de push, usada para empurrar notícias ao usuário da internet, em lugar de esperar que ele visite os sites na web para puxar (pull) as informações de que necessita. Esta tecnologia é usada em duas formas principais: e-mail de texto simples e e-mail em HTML. Recentemente, a maioria dos sites de notícias está usando agregadores de conteúdos, especialmente RSS, para divulgar suas informações. Tente encontrar três exemplos de páginas que utilizam entrega via e-mail e via RSS. Além de citar os exemplos, diga como eles funcionam. VALOR: 6 PONTOS

quarta-feira, setembro 03, 2008

EXERCÍCIO LJOL II – M1 – 4/9/2008

Em duplas, vocês deverão procurar um exemplo de jornal online para cada fase do jornalismo na web, conforme proposta de LUCIANA MIELNICZUK (neste texto aqui): transpositiva, metáfora e webjornalismo.


1) Após achá-los, deverão fazer um Printscreen da página inicial de cada um, colar no documento e identificá-los e justificar essa identificação (com textos de pelo menos 500 caracteres), abaixo da imagem.
 
2) No caso do site que identificarem como pertencente à fase chamada de webjornalismo, deverão apontar, com exemplos e explicações, o uso, nesse endereço, das seguintes características do webjornalismo: Interatividade, Customização, Hipertextualidade, Multimidialidade/Convergência e Memória. 


O trabalho deve ser enviado até MEIO-DIA de hoje, em arquivo word, COM O TITULO TRABALHO 4 DE SET. TURMA M1, ALÉM DOS NOMES DOS RESPONSÁVEIS, para o e-mail: evaldonline@gmail.com

BOM TRABALHO!


segunda-feira, outubro 30, 2006

O texto no webjornalismo

Embora ainda não haja consenso (trata-se de um terreno em exploração), seguem abaixo algumas dicas importantes para um bom texto em webjornalismo:

Para começar:

- Faça o texto a partir de títulos informativos e, ao mesmo tempo, criativos, para atrair a atenção do leitor. Use, igualmente, entretítulos informativos.

-Os textos, de um modo geral, devem ser curtos (metade do tamanho que teriam normalmente no papel), com parágrafos não muito longos. Mas é claro que, dependendo do conteúdo e se o assunto merecer, podem ser mais longos.

- É importante que se preocupe, ao formular o texto, com listagens abundantes, mas sem exagero, de links com informações suplementares sobre o assunto. Esses links podem virr no texto ou abaixo, em forma, efetivamente, de lista.

- Os textos webjornalísticos podem usar a pirâmide invertida como estratégia de organização das informações. Mas a chamada fórmula do T – na qual a abertura da matéria é feita por um lead-resumo mais elaborado, ao mesmo tempo informativo e sedutor, e o restante é disposto como numa redação tradicional, com princípio, meio e fim –, é uma alternativa cada vez mais usada.

Quanto à escrita, que basicamente deve ser simples, sem muito floreio:

- Seja sucinto e preciso: Como bem documentam os estudos de facilidade de uso da Web, os leitores da Internet tendem a olhar os sites meio por cima, em lugar de lê-los com atenção. Isso significa que tudo que você escreve precisa ser o mais resumido possível. A idéia é transmitir a mensagem da maneira mais rápida, EM PACOTES, porque não há muito tempo.

- Mantenha os parágrafos e sentenças curtos. Mas não leve esse conselho ao extremo e torne seu texto muito simplório. Parágrafos de quatro linhas ou 75 palavras são ideais. - Reduza os floreios: Vasculhe seus textos e tente reduzi-los, a partir da primeira escrita. Cada frase, cada palavra tem de lutar por sobreviver.

- Use verbos fortes em lugar de fracos: Escreva "decidir", não "tomar uma decisão". Ou "usar" em lugar de "fazer uso de".

- Use a voz ativa: Usar a voz passiva é "um sério erro foi cometido" é um risco ocupacional em campos como a escrita acadêmica, ciência e tecnologia, lembra Killian. Evite soar pedante.

- Atenção no uso de metáforas elaboradas: leitores podem pular de um ponto a outro de seu conteúdo, e "entrar" em um artigo pela metade. Se lerem apenas a parte final de uma metáfora, ficarão confusos.

Quanto ao conteúdo, tenha sempre em mente os seguintes elementos:

INFORMAÇÃO - Os leitores apreciam uma certa abundância de informação específica. Gostam que lhes seja dada informação que os faça pensar e que os transforme, de certa maneira, numa autoridade no assunto, de forma a que possam transmitir essa informação a outras pessoas. A escrita que funciona tem uma certa densidade de informação. Não é leve ou superficial, mas tem suficiente profundidade.

HONESTIDADE - Os leitores ficam tão angustiados com o que é falso ou de plástico que apreciam a honestidade. Uma nota em falso e a escrita está perdida, os leitores já não acreditam nela. Mas quando somos honestos, os leitores são puxados para nós, acreditam na nossa autoridade e ouvem a nossa mensagem.

FOCO - Os leitores apreciam a escrita que tem um foco, a escrita que fala de um assunto dominante e que o desenvolve depois, a escrita em que cada pedaço de informação está ligado ou relacionado com outro pedaço de informação.

FORMA - Os leitores necessitam de sentir uma estrutura. O trabalho do jornalista é, afinal, dar algum sentido ao caos. A forma da escrita é importante para os leitores, pois ela ajuda a fazer entender a mensagem.

DESENVOLVIMENTO - Os leitores necessitam de sentir que um determinado texto está completo e tem movimento, necessitam sentir que estão a ser bem conduzidos para um determinado fim.

DOCUMENTAÇÃO - Os leitores necessitam de provas para acreditar naquilo que o jornalista está a dizer. O jornalista tem de aprender a sair da frente e a apresentar provas, e nunca opinião, de forma a convencer o leitor.

VOZ - Mais do que tudo, os leitores escutam uma voz, um escritor individual a falar para um leitor individual de forma individual. A voz tem de ser vigorosa e apropriada para o escritor, para o assunto e para o leitor.

CONCLUSÃO - Os leitores necessitam sentir que um artigo chegou ao fim, que tocou todos os pontos essenciais e que atingiu uma conclusão.


Vale lembrar que o texto jornalístico na web, em termos de regras de redação, obedece, basicamente, aos mesmos preceitos adotados no jornalismo impresso. Abaixo, a lista dos cem erros mais comuns em redação jornalística, do Manual de Redação e Estilo do Estadão:

1 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
2 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
3 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
4 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
5 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
6 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
7 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
8 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
9 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
10 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use "por que" separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
11 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
12 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
15 - Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16 - Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
17 - Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
18 - "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
19 - "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.
20 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
21 - Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
22 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
23 - Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
24 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
25 - A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão eqüivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
26 - Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
27 - "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
28 - Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
29 - A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
30 - Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
31 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).
32 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
33 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
34 - O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
35 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
36 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
37 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
38 - A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
39 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
40 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.
41 - Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
42 - "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
43 - Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
44 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
45 - Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
46 - Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.
47 - Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
48 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.
49 - As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
50 - Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").
51 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e eqüivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
52 - Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
53 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.
54 - Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
55 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
56 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
57 - O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
58 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
59 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
60 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
61 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
62 - Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
63 - Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
64 - Fique "tranquilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.
65 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
66 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
67 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
68 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quando eqüivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
69 - Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").
70 - Vou sair "essa" noite. Este designa o tempo no qual se está ou o objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
71 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
72 - A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.
73 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
74 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
75 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
76 - Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
77 - Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.
78 - Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.
79 - Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
80 - O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
81 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...
82 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83 - Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo,almoço, etc.
84 - "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
85 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
86 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
87 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
88 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
89 - "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).
90 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso: A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").
91 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
92 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
93 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
94 - É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...
95 - Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").
96 - Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
97 - A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.
98 - "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...
99 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
100 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Trabalho - 50 pontos (AV1)

Caros alunos,

desta semana, a segunda de agosto/2006, até meados de setembro, vamos trabalhar em sala, por meio de seminários, assuntos relacionados ao webjornalismo.

A idéia é dividirmos a turma em CINCO grupos com mais ou menos o mesmo número de integrantes – número que varia, conforme a quantidade de alunos na sala – e dar, a cada, um dos seis temas estudados.

Os grupos deverão analisar e interpretar, de preferência com exemplos ilustrativos (cartazes – argh! – e apresentações em power point são recomendados), alguns textos, fornecidos abaixo, complementados por informações obtidas em pesquisas próprias e por ENTREVISTAS.

O trabalho vale 50 pontos – 25 para a parte escrita (que deve ser entregue impressa, seguindo normas básicas da ABNT e com, no mínimo, três laudas) e 25 para a apresentação (NOTA INDIVIDUAL).

As apresentações serão feitas em datas a combinar com vocês (a serem informadas, junto à divisão dos grupos e aos temas de cada um), e serão seguidas de debates acalorados e com participação mais ampla possível (eu espero!).

Para todos os grupos, vale (e é obrigatória, para efeito de AV1) a leitura inicial deste texto, um paper de Luciana Mielniczuk, que trata de forma panorâmica das características e implicações do jornalismo na web.

Agora, vamos aos temas e textos para cada grupo:

Grupo 1 -Tema: Hipertexto e Interatividade. Conceitos de hiperlink e hiperdocumento. A fragmentação da narrativa jornalística na web. Entrevistar professora Patrícia Aranha sobre o tema.

Fontes obrigatórias:
http://www.facom.ufba.br/hipertexto/indice.html


Grupo 2 -Memória: estratégias de utilização de bancos de dados em webjornalismo. Enfoque: O uso da Internet por jornalistas dos meios tradicionais. Entrevistar pelo menos um jornalista de jornal impresso, rádio e/ou TV sobre o tema.

Fontes obrigatórias:
http://evaldomagalhaes.tripod.com/dissertacao.pdf
http://bocc.unisinos.br/pag/cavalcanti-mario-utilizacao-mail.pdf
http://bocc.unisinos.br/pag/canavilhas-joao-jornalistas-portugueses-internet.pdf
http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2002_palacios_informacaomemoria.pdf
http://bocc.unisinos.br/pag/rosilene-montenegro-fabio-silva-memoria-jornalistica.pdf


Grupo 3 – O texto no webjornalismo. Quais as características ideais para o texto na web?
- quais as características do leitor de web notícias? Chamadas devem ser repetidas no texto depois de linkadas? Analisar um site jornalístico com base nos estudos. Entrevistar um webjornalista sobre o assunto. Entrevistar jornalista de algum portal informativo. (UAI, O Tempo, etc).

Fontes obrigatórias:
http://www.rio.rj.gov.br/secs/cadernos/cadernos1e.doc
http://www.webjornalismo.com/sections.php?op=viewarticle&artid=99
http://www.letradigital.com.br/artigos.php?id=22
http://bocc.unisinos.br/pag/nunes-ricardo-noticia-digital.pdf


Grupo 4 - Mercado de trabalho - A web e os jornalistas. Qual a formação adequada para o webjornalista? Quais as oportunidades de mercado? Entrevistar webjornalistas do UAI sobre o assunto.

Fontes obrigatórias:
http://bocc.unisinos.br/pag/aroso-ines-internet-jornalista.pdf
http://www.webjornalismo.com/sections.php?op=viewarticle&artid=97
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=276ENO002
http://www.letradigital.com.br/artigos.php?id=10
http://bocc.unisinos.br/pag/puccinin-fabiana-jornalismo-online-pratica-profissional.pdf



Grupo 5 – Weblogs jornalísticos. Os blogs como novo meio de divulgação jornalítica. A prática informativa sem intermediários. Entrevistar pelo menos um jornalista que tenha um blog de notícias.

Fontes obrigatórias:
http://bocc.unisinos.br/pag/oliveira-rosa-meire-De-onda-onda.pdf
http://bocc.unisinos.br/pag/lopez-debora-webjornalismo-comparado.pdf
http://bocc.unisinos.br/pag/zamith-fernando-blog-jornais.pdf



Recomendo fortemente que não caiam na tentação de se basear em trabalhos anteriores feitos aqui na escola.

Bom trabalho a todos.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Uma mídia mais humilde



Por Pedro Doria


Publicado no site nominimo, em 29.11.2005


O surgimento da Internet comercial lançou o jornalismo impresso na pior crise de sua história. O drama não se conta em relatórios trimestrais ou na flutuação de ações nas Bolsas; tampouco é medido pela quantidade de demitidos nas redações de todo o mundo. Tudo é conseqüência: o drama é que adolescentes e jovens adultos, em meados da primeira década do século, lêem muito menos jornais do que liam. É nesta idade que se cria o hábito – e o hábito desta turma é se informar pela Internet.

A cada geração, o número de consumidores de jornais diminui – e a curva está se inclinando numa velocidade estonteante. Ponha-se num gráfico a diminuição de circulação dos jornais nos EUA, por exemplo, e o fim tem data marcada. É em 2043. Dificilmente acontecerá, deve haver uma estabilização em algum momento. Mas a crise é real. Philip Meyer tem 75 anos, é um velho repórter aposentado do grupo Knight Ridder, que publica mais de uma dezena de jornais nos EUA, professor da Universidade da Carolina do Norte e autor de “The vanishing newspaper” (O jornal desaparecendo). Ele foi entrevistado por NoMínimo por telefone.

Jornalistas não costumam gostar de discutir números e rentabilidade porque consideram que seu negócio é diferente de outros negócios. É um serviço público, exige responsabilidade social, os investimentos não podem depender apenas de retorno monetário em cada decisão. Nos tempos correntes, da economia dominada por analistas que vêem planilhas e apenas, é um argumento difícil de defender.

Meyer sugere um novo modelo econômico para analisar a viabilidade da imprensa: é o modelo da influência. O que a imprensa oferece é influência, influência social e influência comercial. A influência social está na divulgação daquilo que acontece na comunidade. O enfoque nos problemas força mudanças de rumo. Esta influência não está à venda. A influência comercial vai dos grandes anúncios aos classificados, e vende-se. A relevância de um órgão de imprensa é dada por sua influência social e é o público quem decide isto. Se o jornal for relevante, venderá bem seus anúncios.

Influência social não se cria num dia, tampouco se perde rapidamente. Um jornal que ganhou influência pode depenar sua redação, perder qualidade, e ainda assim, durante alguns anos, os leitores vão comprá-lo. Um dia acaba. A manutenção da relevância se dá investindo em reportagem e análise, em se mostrar sempre capaz de encontrar novos aspectos do cotidiano que precisam melhorar. Às vezes, parece investimento a custo perdido. A longo prazo, faz sentido.

Mas, para se sustentar, não basta influência social. É preciso que os anunciantes se interessem pelo veículo. E se o veículo não atrai mais leitores, há um problema. Em meados dos anos 90, o presidente da Knight Ridder, Tony Ridder, reuniu vários dos editores de seus jornais para conversar sobre os destinos do negócio. Um deles perguntou o que é que mais lhe dava medo, o que fazia com que perdesse o sono. "Classificados eletrônicos", respondeu Ridder.

Este mês houve o lançamento do Google Base, e o Google Base oferece classificados eletrônicos de graça. Então é isso? Acabou?
É difícil dizer. Acho que jornais ainda podem ser rentáveis, mas não nos níveis aos quais os proprietários estão acostumados. É um ramo habituado a margens entre 20% e 40% de lucro e vão ter que lidar com uns 6%. Não há como fazer esta transição sem muito sofrimento e crise. Eles estão numa situação difícil.
O que pode mantê-los vivos sem classificados?

Os classificados correspondem a 40% da renda com anúncios em jornais. E há outras maneiras de financiar. Uma delas seria cobrar mais dos leitores. De qualquer forma, a propaganda grande ainda é importante para os lojistas locais aqui nos EUA. Também há sinais de que os grandes anunciantes nacionais poderão voltar, conforme a audiência da televisão fica mais fragmentada.

A maior preocupação dos jornais no Brasil, hoje, é como atrair adolescentes e jovens de vinte e poucos. Eles recebem notícias pela Internet.

Isto também é verdade para os Estados Unidos. A maneira de os jornais lidarem com isso é desenvolver produtos online que lhes permitam manter sua influência com os jovens. E isto quer dizer conteúdo original, dirigido diretamente aos jovens, não apenas a reprodução do que é impresso.

Seu modelo de influência se presta a toda a indústria de informação, certo?
Certo.

Porque às vezes parece que os jornais serão um produto de nicho no futuro.
É bem possível. E talvez a maneira de aproveitar este modelo de influência seja produzir um híbrido que utilize o online para o noticiário e o impresso para uma análise mais cautelosa. Outro modelo seria usar o online para todas as funções jornalísticas e ter um impresso semanal que seja um resumo das notícias. Tem um produto impresso novo nos EUA chamado "The Week", que traz um sumário bastante conciso das notícias nacionais e internacionais da semana. Ultimamente tenho me viciado nele, porque traz tudo o que perdi ao longo da semana.
O senhor lê jornais?
Sim. Assino três, um local, o “USAToday” e o “Wall Street Journal”.

E usa a Internet?

Sim, claro, especialmente para acompanhar as notícias do dia que me interessam mais. Estou sempre encontrando sites interessantes.
A Internet conseguirá financiar grandes redações e a manutenção de um repórter numa pauta por meses a fio?
Algum modelo precisará ser encontrado porque a sociedade precisa disto. Se as empresas não conseguirem fazê-lo, então ONGs o farão. E isso já está acontecendo aqui, posso citar duas organizações. Uma é o Centro por Políticas Eficazes e a outra o Centro pela Integridade Pública. Eles fazem reportagens investigativas. O Centro pela Integridade Pública foi fundado por um repórter de televisão que estava frustrado por conta de a empresa na qual trabalhava não permitir que investigasse o que ele considerava importante.

O cidadão comum sabe que jornalismo é importante?

Bem, de vez em quando, temos um momento dramático em que isto fica evidente. O melhor exemplo é Watergate. Agora há reportagens interessantes a respeito das origens a Guerra no Iraque.

Como as de Seymour Hersh para a “New Yorker”?

Sim, e como as da sucursal em Washington da Knight Ridder, que primeiro questionaram a existência de armas de destruição em massa.

E as pessoas reagem a isto?

Sim. Mais importante, talvez, os vilões da história reagem. O princípio básico do jornalismo é que se você joga luz sobre os problemas, eles se resolvem.

Como o senhor vê blogs e o jornalismo amador online?

Eles são como os panfletários dos primeiros cem anos após a invenção da imprensa. O que aconteceu com aqueles que escreviam panfletos é que após um tempo se organizaram e formaram jornais. Acho que os blogueiros vão acabar montando algum tipo de organização hierárquica. Não sei que forma terá, mas potencialmente é ótimo. Eles terão que dar forma a algum tipo de instituição que possa ser responsabilizada pelo que publica.

Quando o blogueiro solitário vende seus próprios anúncios, rompe-se a separação entre quem vende anúncios e quem produz o editorial. Esta quebra da separação entre Igreja e Estado não é preocupante?

Provavelmente sim. Mas não podemos nos esquecer de que o que chamamos nas redações de separação entre Igreja e Estado é uma divisão artificial criada para resolver abusos sérios que existiam. Se o modelo da influência estiver certo, as fontes de informação confiável serão premiadas. Então, o blogueiro solitário que puser informação a serviço de seus anunciantes será penalizado.

De certa forma, cada blogueiro é um ombudsman da blogosfera, eles estão sempre apontando os erros um do outro.

Sim, pois é. Existe um sistema de autocorreção.

E os outros produtos jornalísticos na rede, como a “Slate” ou a “Salon”?

Eu sou assinante da “Slate”. O que vemos é que já existe uma hierarquia de reputações se desenvolvendo na Internet. Nós vamos depender cada vez mais da Internet para notícias, principalmente conforme aparelhos de conexão mais portáteis vão surgindo.

O senhor arriscaria um prazo para que a Internet vire a principal fonte de informação?

Não, não, sou sempre um fracasso com essas previsões e constantemente me surpreendo com a velocidade de mudança.

Quando foi a última vez que o jornalismo mudou tanto?

Quando a imprensa foi inventada. Porque antes de Gutenberg, a maior audiência possível para uma notícia era a limitada pelo alcance da voz humana. A imprensa não apenas aumentou o tamanho da audiência como criou registros que podiam ser transportados de um canto para o outro. Isto foi o que fez a Igreja perder seu poder.

A Reforma?

Sim, porque quando as pessoas começaram a ler a Bíblia por elas mesmas, deixaram de precisar da Igreja para interpretá-la. Então, aquela foi uma mudança extremamente profunda. É possível que as mudanças trazidas pela Internet venham a ser igualmente profundas, de maneira que não conseguimos ver ainda.

Já dá para ver isto?

Não ainda. A velocidade do tráfego de informação aumentou e tenho a impressão que isto vai acelerar mudanças sociais. Mas poderia já estar acontecendo e simplesmente estamos próximos demais para perceber.

Quais serão os sinais para que percebamos estas mudanças?

Acho que será o aumento da demanda por democracia. Porque uma população informada é uma população poderosa, acho que foi James Madison (considerado o pai da Constituição dos EUA) que falou algo parecido com isso. Conhecimento é poder.

O “New York Times” era o símbolo de o que um jornal deveria ser. Bob Woodward, agora envolvido nesta confusão de fontes anônimas e crimes federais, era o símbolo de o que um repórter deveria ser por conta de seu trabalho em Watergate. Será que estes são sintomas de uma crise mais séria dos jornais impressos?

Não tinha pensado nisso. Mas Judith Miller (repórter estrela recém-demitida do “New York Times”) e Bob Woodward são aquele tipo de repórter de Washington que depende de fontes anônimas que estão no centro do poder. Fontes anônimas têm sido importantes porque é assim que algumas partes do governo, da estrutura do poder, podem comunicar coisas que não poderiam diretamente. É uma maneira de enviar sinais para as ruas que facilita o exercício da democracia representativa. Porque vários balões de ensaio têm que ser lançados para se medir a reação popular a determinadas medidas, e isto tem sido útil para o funcionamento do governo.

Mas isto é também perigoso para o jornalista, porque ele pode ser usado. Ao que parece, isto ocorreu tanto com Woodward quanto com Miller. Porque eles ficaram tão próximos de suas fontes no governo que se transformaram em apologistas do governo. Sempre foi preciso muito cuidado por parte do comando editorial para evitar este tipo de coisa. E, tenho a impressão, o “New York Times” vem se sentindo confiante demais nestes últimos tempos.

Não há mais um editor do porte de um Abe Rosenthal.

É isto. A família que controla o jornal já está na terceira ou quarta geração, talvez eles precisem de comando mais profissionalizado agora. Eu particularmente sempre preferi um jornalismo investigativo diferente do praticado por Woodward e Miller. É o baseado em documentos. Jornalismo investigativo baseado em fontes anônimas tem muitos riscos.

Existe uma maneira antiga de fazer jornalismo que está morrendo e uma nova nascendo?

Sim. O velho jornalismo era dominado por um único jornal local e, mesmo no nível nacional, sempre foram alguns poucos jornais que não respondiam a ninguém. Com os blogueiros ou mesmo com outros usos da Internet, esta cobrança da qualidade da informação está vindo e forte. Isto será bom para o jornalismo, o padrão de qualidade vai ser mais exigente. Grande parte da imprensa está acostumada com o monopólio da informação e ficou arrogante. A nova mídia será muito mais humilde e mais disposta a aprender.

Este jornalismo do futuro será muito fragmentado, então.

Sim, este híbrido de jornais, televisão e rádio na Internet será fragmentado, mas imagino que terá algum tipo de um gerenciamento centralizado. E este gerenciamento será mais inteligente.

Mas ainda falta um modelo de sustentabilidade.
Estamos num momento de transição agora. O velho modelo econômico já não sustenta mais e um novo ainda não surgiu.

Quais foram as reações a seu modelo de influência?

Bem, ele parece ser intuitivo para algumas pessoas. Certamente o era para nós no grupo Knight Ridder dos anos 70. As pessoas nos jornais gostam do modelo porque ele oferece um princípio econômico para aquilo que fazem. Minha preocupação é com a turma de Internet, não sei se eles entendem isso.

Não?

Eles não têm a mesma tradição de responsabilidade social que os jornais desenvolveram. Mas eu posso estar errado. Veja os caras do Google, que são obviamente muito inteligentes, algumas das decisões que eles tomaram mostram que eles são capazes de buscar mais recursos sem pôr em risco a integridade editorial.

Por exemplo?

A decisão de separar anúncios dos resultados de busca. Ou a decisão de vetar anúncios pop-up. Na verdade, agora que você me fez parar para pensar, talvez o conceito seja até óbvio. Se eu estiver certo e este modelo de influência for o melhor modelo econômico, o mercado vai premiá-lo. Então, mesmo as pessoas que venham de fora da tradição jornalística vão segui-lo para ter sucesso.